Uma celebração diferente do Dia da Criança é ponto de partida para a reflexão da Mariana Torres sobre os efeitos desta crise nas crianças.
Carregada de esperança, oferece-nos nova perspetiva de uma [Serie Especial] dedicada ao Dia da Criança.
"Consciente das medidas de segurança a adotar, acredito que é de tempo de desconfinar sem desconfiar."
#StayStrong #HealthyKids
Um Dia da Criança Muito Diferente
O dia 1 de Junho 2020 ficou marcado por ser um Dia da Criança forçosamente diferente. Habitualmente, teríamos festas, celebrações e uma série de ofertas culturais por onde escolher. Este ano foi passado em casa, apenas com a família mais próxima ou eventualmente ao ar livre.
A data ficou também marcada pelo início da terceira fase de desconfinamento português. Infelizmente, na sexta-feira fomos confrontados com algum retrocesso das medidas anunciadas anteriormente, mas, uma série de novas regras e permissões foram atribuídas, nomeadamente a abertura do pré-escolar.
O meu filho João Maria celebrou o Dia da Criança regressando à escola. Um regresso muito desejado, uma vez que não brincava nem socializava com crianças da sua idade há cerca de 3 meses. Tinha saudades da professora, dos amigos, das suas rotinas.
Sei que para muitos pais a decisão de enviar os filhos para a escola foi complexa. Confesso que para mim nem tanto. Consciente dos riscos que são inevitáveis, acreditei que os prós superavam os contras e senti-me confiante com as medidas adotadas pela escola e comunicadas aos pais. Honestamente, e estando ciente que poderemos permanecer nesta situação interminavelmente, também acho fundamental que as crianças aprendam a cumprir as regras mínimas de segurança, não deixando de brincar, de aprender e de serem crianças.
Fala-se muito na forma como o COVID-19 e o confinamento afetaram os adultos. Ainda ontem li um estudo sobre o impacto de toda esta situação no teletrabalho e na produtividade. Mas, e a as crianças? Quais as consequências desta crise nos mais novos?
A COVID e as Crianças
As consequências mais óbvias são fáceis de identificar e todos os pais, certamente, as notaram. O cansaço de estarem fechados em casa, as saudades dos amigos, a falta de rotinas e de horários que tiveram de ser adequados aos dos pais, a necessidade de atenção, a adaptação às aulas online ou atividades digitais, a privação de socializar com a família...
Confesso que, no meu caso específico, foi extremamente difícil conciliar as atividades propostas pela escola com a obrigatoriedade do meu teletrabalho, ainda que tenha de louvar o esforço feito por todos os professores e profissionais da educação neste período. Possivelmente teremos consequências mais graves a longo prazo, que só com alguma distância temporal serão passíveis de estudo.
Naturalmente que o confinamento teve algumas vantagens. Dificilmente as crianças teriam passado tanto tempo com os pais. A nossa vida corrida e stressante do quotidiano, impede-nos de nos dedicarmos aos nossos filhos como deveríamos. Essa é, aliás, uma preocupação da sociedade moderna. Em média, os pais passam 2 a 3 horas cansadas por dia com os filhos e com um baixo nível de tolerância.
Esta situação permitiu-nos repensar em valores base, de solidariedade, de família, de partilha e de bem-estar. Com toda a calamidade inerente a este período, há que forçosamente retirar o lado positivo e aprender mais uma lição.
Pessoalmente, sinto esta paragem me obrigou a repensar objetivos, a reorganizar prioridades e também, porque não dizê-lo, voltar a brincar.
Nestes últimos três meses brinquei muito com os meus filhos, inventei jogos, plantei feijões, cozinhei, treinei a memória, fiz dezenas de puzzles, fingi ser um dinossauro, um super-herói, um astronauta. De certa forma, foi-me permitido voltar a ser criança, através das necessidades dos meus filhos.
Regressar à Vida
Sinto, naturalmente, que é tempo de gradualmente desconfinar. O cansaço generalizado é notório e a paragem forçada terá que dar lugar a uma retoma das nossas rotinas, atividades e convívio.
Consciente das medidas de segurança a adotar, acredito que é de tempo de desconfinar sem desconfiar.
Há que confiar nas empresas que cumpram as medidas de segurança, há que voltar a confiar na escola, nos parceiros, nos ginásios, no comércio - na proximidade. A economia, aos poucos, terá de renascer. Há que manter a fé de que tudo irá melhorar e de que tudo irá ficar bem.
PS. Aprender a dominar a linguagem global será preponderante para vencer um futuro tão incerto e volátil: um passaporte para os jovens de hoje serem os líderes de amanhã.
Quer melhorar a fluência em inglês dos seus filhos? Podemos ajudar.