Crianças, É Tempo de Recuperar a Liberdade

Publicado por Filomena Moura em Junho 2, 2020

Os Miúdos Feitos de Liberdade viram a sua essência - a liberdade - tolhida e ressentiram-se. Houve de tudo: saturação e resignação, lágrimas e sorrisos,  gritos e desabafos, muitas conversas e mimos para se acomodarem ao confinamento e se adaptarem ao "novo normal".

Deixe-se inspirar por este relato de uma [Serie Especial] dedicada ao Dia da Criança. Sobretudo, aos poucos, com cautela e atenção redobradas, deixe-se contaminar por novas aventuras feitas para lá do écran - saboreando o vento da liberdade 😉

#StayStrong #HealthyKids

Míudos Feitos de Liberdade no seu habitat natural: o ar livre

Recolher ao Quartel-General

Tomámos a decisão de ficar em casa no dia em que a Covid-19 foi declarada pandemia pela OMS. O dia 11 de Março passou a ser, então, o último dia de escola para os miúdos e o penúltimo dia de trabalho para mim. No espaço de uma semana, também o pai tomou a mesma decisão e passamos a ser 5 pessoas e uma gata, em permanência, 24/24h por dia num apartamento, num misto de escola/ trabalho/ dinâmicas familiares. Nós, como grande parte das famílias em Portugal, passamos a fazer na nossa casa o nosso quartel-general onde acontecia tudo ao mesmo tempo.

Para uma família como a nossa, que passa naturalmente pouco tempo em casa, foi toda um descoberta. Descobrimos novos cantos da casa que nos serviram de refúgio para as aulas e as reuniões de trabalho. Descobrimos jogos adormecidos nas prateleiras há demasiado tempo. Descobrimos comidas que nos vimos obrigados a inventar para variar entre tantas refeições feitas sempre na mesma cozinha. Descobrimos facetas de nós próprios que nem sabíamos que existiam.

A culinária, os jogos e as conversas infindáveis foram boas companhias na quarentena.

No início, os miúdos reagiram muito bem a esta nova realidade. Aperfeiçoaram os dotes para a tecnologia que, até então, não lhes interessava muito. Preocuparam-se em aprender novas valências, como fazer o cubo mágico ou malabarismo. Passaram mais tempo connosco na cozinha. Fizeram pizza e panquecas e o G. até inventou um prato com influências da cozinha asiática. O sofá da nossa sala passou a ser companheiro de brincadeiras. E a parede de escalada que montámos no quarto deles no Natal passado foi um importante foco de gasto de energia acumulada por não poderem sair de casa.

Libertar a energia aproveitando a parede de escalada dentro de casa.

Claro que lhes custou deixar a escola e os amigos. Assim como não poderem estar com a família de fora de casa. E, no início, nem queriam videochamadas porque isso fazia com que as saudades aumentassem e a vontade de abraçar e brincar em conjunto se tornasse insuportável de gerir.

Ninguém sabia ao certo quanto tempo isto iria durar e cada um tentou lidar com esta incerteza à sua maneira. Eles refugiaram-se em nós. Nos momentos que passamos juntos. Na leitura em família que passou a fazer parte da nossa rotina diária. No exercício físico que fazíamos em frente à televisão. Nos inúmeros filmes que vimos. Nas conversas infinitas que tivemos sobre as consequências emocionais que a pandemia estava a ter em todos nós.

A leituras e as aulas online Helen Doron English fazem o equilíbrio entre o mundo virtual e físico.

Um Pico 50 Dias Depois

Saímos pela primeira vez 11 dias depois do confinamento. Numa loucura de cuidados para não tocar em nada, álcool gel numa mão e lenços de papel na outra, regressos a casa com obrigatoriedade de troca de roupa e sapatos seguidos de banho.

A logística era tanta que não dava vontade de sair. Talvez por isso, eles tenham invertido os papéis a dada altura. O G., típico “puto de rua” dizia que ficar em casa não era tão chato como ele pensava. E a M., sempre mais caseirinha, dizia que sentia falta de voltar à rua e à natureza.

Mas foi no momento em que eles deixaram de se interessar por aprender coisas novas, em que deixaram de inventar e construir e passaram a ficar mais tempo sentados em frente aos ecrãs, num marasmo que não faz parte deles, que comecei a preocupar-me.

Estavam chatos e implicativos, tinham crises de choro constantes, dirigiam palavras feias um ao outro, custava-lhes adormecer à noite e acordar de manhã. Estavam a chegar ao seu limite. Na verdade, estávamos todos.

Íamos em 50 dias de confinamento quando decidimos dar um passeio para além dos limites do nosso prédio. Com máscaras, mais por treino do que por precaução porque havia muito pouca gente na rua, andámos de bicicleta junto ao rio e corremos pelo jardim respirando uma pequena liberdade que nos fez aguentar mais uns dias em casa. Uns dias depois fomos deixando a família entrar de novo da nossa vida. Voltaram os abraços, porque o toque faz parte de nós, e, inevitavelmente, os sorrisos.

Aos Poucos, Recomeçar

Começamos a desconfinar logo a seguir ao fim do estado de emergência, optando sempre por espaços ao ar livre, na natureza de que tanto gostamos. Evitamos as enchentes à beira-mar e refugiamo-nos nas florestas. Calçamos as botas de caminhada e percorremos trilhos em ambiente de montanha. Os miúdos treparam às rochas até ficarem pequeninos, lá no alto. Respiramos ar puro e alimentamos a alma com o calor do sol. Voltamos às Ecopistas e percorremos dezenas de quilómetros em cima das bicicletas. E, aos poucos, com responsabilidade, a vida vai recomeçando.

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Hoje, quase três meses depois de nos refugiarmos em casa, conseguimos atingir um equilíbrio entre a vida real e a virtual. Mantemos as aulas online, porque escolhemos projetos onde a proximidade é uma bandeira e não se perde com a distância, como a Helen Doron.

Mas, contrabalançamos com o reencontro dos amigos em espaços abertos onde as crianças brincam à vontade e os adultos mantém uma distância de segurança.

Avaliamos os riscos mas não vivemos tolhidos pelo medo.

E privilegiamos hoje, como aliás sempre fizemos, a vida passada lá fora, a exploração dos ambientes naturais, a descoberta de novas realidades. Sem nunca nos esquecermos que somos pessoas, educados numa cultura de proximidade e valorização da amizade.

Passear ao ar livre - o doce aroma da liberdade.

 

A internet foi importantíssima para ultrapassarmos este período. Permitiu-nos manter o trabalho e a escola, os amigos e a família à distância de um click.

Mas não substitui a vida real. Queremos voltar aos piqueniques e às tardes de brincadeira no parque. Queremos voltar a rir-nos das caras sujas de gelado. Queremos voltar às manobras de patins e skates ao fim da tarde. Queremos voltar aos amigos e à família. Queremos voltar aos professores.

Precisamos da vida vivida intensamente para além do ecrã. Porque só assim faz sentido para nós.

 

New call-to-actionPS. Aprender a dominar a linguagem global será preponderante para vencer um futuro tão incerto e volátil: um passaporte para os jovens de hoje serem os líderes de amanhã.

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Filomena Moura

Publicado por Filomena Moura

"Os miúdos querem-se livres, exploradores, curiosos. Querem-se aventureiros e apaixonados pela vida."

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