Voltamos à gestão das emoções num texto da Tânia Correia que nos leva a refletir sobre o que escondemos e revelamos do que está dentro de nós. Sobre uma imagem de nós que, tantas vezes, deixamos os outros - mesmo os nossos filhos - construir...
#MaisQueInglês
Com a Verdade Me Enganas
Existem noções que talvez precisemos de refletir sobre elas.
“Ele(a) era um pilar”,
“Nunca o(a) vi triste/ zangado(a)”,
“Era um(a) verdadeiro(a) cuidador(a)”.
Acompanho em terapia muitos “pilares” - pessoas que são vistas deste modo pelos outros. Geralmente, elas confessam-me que ninguém imagina o que esta postura de estrutura sólida esconde.
Ser o porto de abrigo dos outros pode tornar-se sufocante, não por aquilo que os outros exigem de mim, embora também aconteça, mas sobretudo por aquilo que eu passo a exigir.
Criar esta imagem de alguém sempre disponível, feliz, pronto a cuidar, envolve muitas vezes três aspectos bastante duros:
-
sinto que preciso de dar mais e mais, sendo que nada do que faço é suficiente para mim;
-
tenho de abafar constantemente as minhas emoções para poder receber as dos outros;
-
ganho uma certa percepção de responsabilidade pela vida dos outros e isso faz com que a culpa ande sempre a sussurrar-me ao ouvido palavras de cobrança quando algo corre menos bem.
O Que Escondemos Dentro de Nós
Os seres humanos têm emoções: se alguém só demonstra algumas delas é porque se sente de certa forma impedido de mostrar o resto.
- Se a pessoa cuida regularmente dos outros, de que forma estará a cuidar de si?
- Será natural nunca ter problemas/ inquietações?
- O que será que a impede de se expressar?
Estas são algumas das questões que talvez precisemos de nos começar a colocar.
Contrariamente ao que por vezes se pensa, também não precisamos de ser estes pilares inquebráveis para os nossos filhos.
Quando o fazemos, há uma barreira que se cria na nossa ligação emocional e estamos a promover, ainda que inconscientemente, a noção nos nossos filhos de que também deverão ser pilares para os outros (damos as bases para que emitem o comportamento).
Tal não significa que tenhamos de carregar os nossos filhos com as nossas emoções, mas esporadicamente é necessário que tenham acesso a elas a partir de uma expressão saudável (não demasiado intensa) das mesmas.
Mais do que olharmos para o pilar como alguém “muito forte” e pronto a acolher-nos, talvez precisemos de nos questionar sobre o motivo que o leva a acreditar que tem sempre de agir assim.
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