Como Tornar as Crianças mais Resilientes, Autónomas e Criativas?

Publicado por Mariana Torres em Agosto 7, 2019

Pais e filhos felizes e confiantes

Embora por vezes possa não parecer, os pais deveriam querer crianças mais resilientes e autónomas. Numa recente entrevista ao Observador, o psiquiatra Daniel J. Siegel, coautor do livro bestseller do The New York Times “Disciplina sem Dramas”, explica como podem os pais ajudar os filhos a serem mais recetivos, portanto, mais curiosos e imaginativos.

Parentalidade Positiva

Segundo Daniel J. Siegel e Tia Payne Bryson, coautores do livro "Crianças Sim", para exercer uma parentalidade eficiente é fundamental distinguir um "cérebro sim", das crianças recetivas, e o "cérebro não", das crianças reativas.

Por norma, até aos três anos a atitude é mais reativa  as crianças tendem a fechar-se ou a responder negativamente. Para evitar este isolamento negativo, os autores defendem que, ainda antes desta idade, os pais devem cultivar nos filhos uma postura mais aberta e curiosa.

"O livro “Crianças Sim” olha para o facto de o nosso cérebro ter dois estados: o estado reativo e o estado recetivo. No primeiro, partes do cérebro que são muito velhas e que estão relacionadas com a nossa sobrevivência são ativadas e deixam-nos prontos para lutar, fugir, congelar ou desmaiar — estas quatro fases são formas de nos adaptarmos à sobrevivência. Podemos criar isto quando uma pessoa ouve continuamente “não, não, não” de uma forma áspera. Isto cria o estado reativo."

Pelo contrário, quando as crianças trabalham o “cérebro sim” ficam mais abertas a arriscar e a explorar, tornando-se mais curiosas e imaginativas.

"O que acontece com o estado recetivo é o contrário: quando dizemos a palavra “sim” com muita calma estamos, basicamente, levar a pessoa do estado reativo para o recetivo, em que há conexão, saber receber e aceitar… É tendo em conta este estado que devemos exercer a parentalidade. Não conseguimos exercer a parentalidade com eficiência se o fizermos a partir do estado reativo. Este livro, “Crianças Sim”, ensina os pais a diferença entre um “cérebro não” e um “cérebro sim”."

Crianças Sim

Para além de ajudar a compreender o desafio, o livro tem um conjunto de ferramentas que apoiam os pais na transformação do cérebro dos filhos para um modo recetivo, portanto, mais curioso e imaginativo. 

A interação que os pais têm com os filhos tem contributos primordiais para estruturar os seus cérebros e orientar o desenvolvimento num sentido produtivo.

Crianças Sim
"Agir de acordo com um ‘cérebro sim’ não é dizer sempre que sim aos seus filhos. Não se trata de ser permissivo, de desistir, de os proteger das desilusões ou de os resgatar de situações difíceis.
E também não se trata de educar uma criança submissa, que obedece automaticamente aos pais sem pensar por si própria.
Pelo contrário, trata-se de ajudar as crianças a perceberem quem são, quem podem vir a ser, fazendo com que sejam capazes de ultrapassar as desilusões e os fracassos e escolher uma vida plena de relacionamentos e de significado.”

 

Muitas vezes ao longo do dia, as crianças oscilam entre o “cérebro sim” e “cérebro não” e este último estado não permite exercer a parentalidade. Ainda segundo Daniel J. Siegel: "A ideia é aprender sobre estes dois estados que a maior parte das pessoas desconhece. Assim que aprendemos sobre eles ficamos numa posição de fazer alguma coisa."

Sendo as crianças mais abertas a aprender, são também mais dependentes dos adultos que, com as ferramentas adequadas, podem ajudá-las a fazer a transição entre estados.

Deste modo, conclui o autor, seríamos "capazes de melhorar a personalidade das crianças. A personalidade é uma combinação de temperamentos e de experiências."

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Mariana Torres

Publicado por Mariana Torres

Helen Doron National Franchisor Portugal
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