Tempos difíceis exigem as nossas melhores respostas. Adaptar é a palavra de ordem; parar pode não ser possível - nem desejável.
O mundo parece estar ao contrário entre o momento de reorganização e readaptação das nossas vidas pessoais e familiares e as respostas que são exigidas no plano profissional e empresarial. Teremos que reinventar soluções, reorganizar equipas, fidelizar clientes e continuar a responder a sonhos e ansiedades. Nada será como dantes?
#StayStrong #HealthyKids
“O Mundo ao contrário
Tenho a noite
A atravessar
Doi-me não ir,
Mas não me deixas voltar...
Se gosto de ti,
Se gostas de mim,
Se isto não chega
Tens o Mundo ao contrário.”
- Xutos e Pontapés
Estamos num tempo paradoxal, curiosa e sabiamente previsto por Bill Gates há mais de 5 anos.
O mote é claro: estarmos parados, estarmos fechados, mantermos a nossa segurança para a garantir a segurança dos outros. Parece simples, mas os sinais de desespero começam a fazer-se notar. A saudade das rotinas, a falta de independência individual, de privacidade, de socialização e de imposição de novas rotinas familiares, desafiantes e cansativas.
Se fosse só isto o pedido, com resiliência, ultrapassava-se. A pessoa é um ser mutável, por definição, que ao longo das eras e distintas provações alterou os seus hábitos e formas de estar.
Tudo se complica quando analisamos a economia. É tempo de parar, mas as empresas precisam de produzir mais do que nunca. É tempo de parar, mas não existe tesouraria que resista. É tempo de parar, mas as responsabilidades com a equipa, os clientes e os fornecedores não têm botão pause.
Apesar de todos os aspetos positivos descritos anteriormente, esta crise é um case study sem precedentes que mudará para sempre a economia global. O caso português não é exceção: num país em que 80% da economia assenta em pequenas e médias empresas, muitas delas agora encerradas ou em regime de lay off temporário penso que a solução de parar se torna complexa.
Há obviamente casos de sucesso incríveis. Empresas têxteis que começaram a fabricar máscaras, fábricas que viraram o seu core business para bens de primeira necessidade, restaurantes a apostar tudo no take away, o ensino a virar-se para o online e até já se discute o regresso à tele escola.
Engraçado como, por um lado, temos de nos modernizar e, por outro, as soluções que encontramos são simples - e até ancestrais.
A capacidade de resposta de cada um será crucial. Disso não tenho dúvidas e não passa nem passará por parar. Como cantam os nossos Xutos e Pontapés, podemos ter o mundo ao contrário, mas há que partir para novas soluções, reinventar os nossos produtos e serviços, reorganizar equipas, fidelizar clientes e não partir.
Uma coisa é certa, o mundo ao contrário não mais será o mesmo, mas poderá ser como e quando quisermos. Como será? “Nem eu sei, só sei que fica tarde e eu tenho que ir.”
PS. Aprender a dominar a linguagem global será preponderante para vencer um futuro tão incerto e volátil: um passaporte para os jovens de hoje serem os líderes de amanhã.
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